25/06/2006 23:00 Mundial 2006: Portugal 1-0 Holanda
Esta fica para a história!

A selecção nacional conseguiu esta noite, pela segunda vez na sua história, alcançar os quartos-de-final do Mundial, após ter vencido a Holanda por 1-0 em encontro realizado no Franken-Stadion. Portugal está, assim, na próxima fase da prova e encontrará a Inglaterra no próximo sábado. Quanto ao herói Scolari, já vai em 11 vitórias seguidas em Mundiais. Reconheça-se o seu valor, de uma vez por todas.

Drama desde o apito inicial
Os minutos iniciais da partida demonstraram, desde logo, uma selecção nacional muito compacta e dominadora, enquanto que os holandeses tiveram duas tácticas: a primeira, lesionar Cristiano Ronaldo, e a segunda, provocar situações de cariz disciplinar. Ora, os holandeses conseguiram, de facto, o primeiro objectivo, já que o nº17 teve mesmo de sair, lesionado, após ser atingido em duas ocasiões. Ora, quanto ao segundo ponto, os holandeses também conseguiram os seus intentos, em grande parte devido a uma péssima actuação (com claro prejuízo para a selecção nacional) do árbitro russo Valentin Ivanov, que não deixou de amarelar toda a equipa nacional... bem cedo.

Mas Portugal jogava melhor e dava nas vistas pela qualidade de passe e segurança defensiva, pelo que não espantou que aos 23 minutos fosse construída uma das melhores jogadas deste Mundial, quando o ainda presente, apesar de debilitado Cristiano Ronaldo encontrou Deco na direita e este centrou rasteiro para Pauleta servir Maniche que, após uma finta sobre o defesa holandês, estoirou para o golo e foi para junto dos adeptos beijar as Quinas.

No entanto, apesar da boa exibição, Portugal teve de se debater com muitos problemas, tendo ficado sem Ronaldo (não aguentou mais a lesão), entrando Simão aos 34’. No entanto, pouco depois, Pauleta quase marcou o segundo, obrigado Van der Sar a uma grande defesa. Depois, eis que Costinha cometeu um erro grave e, à beira do intervalo, meteu a mão à bola, vendo o segundo amarelo.
 
Sofrer como heróis
Assim, a segunda parte mostrou-nos uma selecção nacional – já com Petit no lugar de Pauleta - muito compacta na defesa e forte nas saídas para o contra-ataque, criando mesmo algumas dificuldades defensivas aos holandeses, apesar destes terem enviado uma bola ao ferro a meia-hora do fim. No entanto, aos 63’ Boulahrouz viu o segundo amarelo, após agredir Figo à cotovelada numa arrancada do 7. Portugal estabilizou ainda mais e deu para mostrar que podia chegar mesmo ao segundo golo. A única forma encontrada pelos holandeses para deter tal poderio luso voltou a ser a falta de fair-play, muito evidente especialmente quando aos 78’ Van der Vaart desceu a um baixo nível e, após uma reposição de bola em que, devido a uma lesão, Deco parou a bola mesmo tendo a chance de poder isolar-se, teve exactamente a atitude contrária, obrigando o nº20 a fazer falta e a ver o amarelo. Pouco depois o mesmo Deco viu o segundo amarelo injustamente mostrado pelo desorientado russo, apenas porque pegou na bola na sequência de uma falta, quando a bola estava parada.

Ora, Portugal, mesmo reduzido a 10 teve a capacidade de luta para aguentar a pressão final holandesa. Foi nesta fase que Tiago e Simão foram heróis, segurando a bola junto à área holandesa e provocando o segundo amarelo a Giovanni Van Bronckhorst. No final, uma das melhores vitórias da selecção nacional, tendo ficado o selo de qualidade de todos os jogadores, tendo os benfiquistas Simão e Petit sido fundamentais na tremenda exibição arrancada a ferros... contra tudo e contra todos.

Ficha de Jogo:
Portugal 1-0 Holanda
Franken-Stadion, em Nuremberga

Ao intervalo: 1-0.

Marcador:
1-0, Maniche, 23 minutos.

Equipas:
- Portugal:
Ricardo, Miguel, Fernando Meira, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Maniche, Deco, Figo (Tiago, 84), Cristiano Ronaldo (Simão, 34) e Pauleta (Petit, 46).
(Suplentes: Quim, Paulo Santos, Paulo Ferreira, Ricardo Costa, Caneira, Petit, Tiago, Hugo Viana, Simão, Boa Morte, Nuno Gomes e Hélder Postiga).

- Holanda: Edwin van der Sar, Khalid Boulahrouz, André Ooijer, Joris Mathijsen (Rafael van der Vaart, 56), Giovanni van Bronckhorst, Mark van Bommel (John Heitinga, 67), Phillip Cocu (Jan vannegoor of Hesselink, 84), Wesley Sneijder, Robin van Persie, Arjen Robben e Dirk Kuyt.
(Suplentes: Henk Timmer, Maarten Stekelenburg, Jan Kromkamp, John Heitinga, Kew Jaliens, Tim de Cler, Denny Landzaat, Hedwiges Maduro, Rafael van der Vaart, Ryan Babel, Ruud van Nistelrooy e Jan vannegoor of Hesselink).

Árbitro: Valentin Ivanov (Rússia).

Acção disciplinar: Cartão amarelo para Mark van Bommel (02), Khalid Boulahrouz (07 e 63), Maniche (20), Costinha (31 e 46+), Petit (50), Giovanni van Bronckhorst (59 e 95), Figo (60), Deco (73 e 78), Rafael van der Vaart (73), Wesley Sneijder (74), Ricardo (76) e Nuno Valente (76). Cartão vermelho por acumulação de amarelos para Costinha (46+), Khalid Boulahrouz (63), Deco (78) e Giovanni Van Bronckhorst (95).

Assistência: 41.000 espectadores (lotação esgotada).