José Mourinho recebeu esta segunda-feira o prémio de melhor treinador português no estrangeiro, atribuído pelo CNID, e aproveitou a presença na cerimónia realizada em Lisboa para um breve contacto com a imprensa. O «special one» recusou comentar a ausência de Ricardo Quaresma nos escolhidos de Luiz Felipe Scolari, mas ainda deixou escapar que, relativamente aos 23 escolhidos, «não houve grande surpresas em relação ao que se previa».
Sobre aquilo que se pede à selecção orientada por Luiz Felipe Scolari, o técnico do Chelsea foi mais expansivo e colocou a fasquia a meia-altura. «Obrigatoriamente, temos que passar à fase seguinte. Com o grupo tão fácil que nos calhou... a partir daí, nos jogos a eliminar, tudo é possível», avançou, voltando também a confirmar o desejo de um dia mais tarde ocupar o lugar actualmente preenchido por Scolari.
«Mantenho o desejo de ser seleccionador um dia, mas sinto que ainda faço coisas de forma diferente. Ainda funciono num outro ritmo. É diferente ter um jogo decisivo de três em três dias ou de dois em dois anos. Ainda tenho 43 anos, é cedo para isso. Sei que a minha mulher vai ficar chateada, mas só daqui a 12 anos penso ter esse tipo de função».
A convocação de jogadores como Costinha, Quim e
Maniche, pouco ou nada utilizados nos seus clubes, também mereceu uma observação
por parte do técnico do Chelsea. «A selecção ter jogadores não utilizados nos
clubes é a realidade do futebol actual. Em Inglaterra acontece o mesmo. É uma
consequência da abertura dos mercados».
Nuno Travassos